terça-feira, 30 de novembro de 2010

Migração Ilegal

Por Juliana Portella

Rio, novembro de 2010. Duas facções que guerreavam pelo controle das favelas do Rio se uniram na tentativa de impedir a pacificação de mais favelas e estão por trás de uma onda de terror que parou o Estado do Rio de Janeiro. Evidentemente, com todos esses acontecimentos, eu não tive dúvidas que isso se estenderia a Baixada Fluminense que foi - ou talvez ainda seja - uma região muito violenta. E aqui meu amigo, não tem o Bope nem UPP.

A vitória, uma semana depois, ainda não é definitiva. O Poder Público ainda mantém a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. O policiamento reforçado nas ruas e as operações policiais parecem conseguir conter a onda de violência no Rio. Três dos grandes chefões ainda são procurados. Pelas várias vielas do Complexo do Alemão a polícia ainda trabalha. Parece que é a chegada da tão sonhada paz nas favelas do Rio. Mas o que me preocupa é a possibilidade desse crime organizado mudar de lugar. Há rumores de que bandidos que conseguiram fugir a caça policial estejam migrando para a Baixada Fluminense. Mais precisamente para os Municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, que têm um histórico associado ao tráfico de drogas e são os municípios onde eu trabalho e estudo.
Espero que tudo fique bem e que a minha historicamente desfavorecida Baixada Fluminense não seja esquecida e volte a ser mundialmente conhecida como a região do crime.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A criminalidade toma conta da cidade

a sociedade põe a culpa nas autoridades.

Por Juliana Portella

O Estado do Rio de Janeiro enfrenta um grande caos. Assim que escrevo essa primeira oração fecho as janelas do meu quarto com medo.
Promover arrastões, assassinar inocentes, queimar transporte público, entre outros ataques  é só a ponta do iceberg. Nessa hora gostaria de não entender o motivo pelo qual a violência na rua aumentou depois das eleições.
Eleições essas que reelegeram Sérgio Cabral e que mantem secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame. O que querem com o medo da sociedade? Aumentar a Tropa de Policiais? Comprar equipamentos sem licitação? Receber mais Verbas para mais UPPs?
UPPs essas que  serão a campanha governamental num futuro bem próximo?
'O Governador que trouxe a Paz para a Copa agora levará a UPP para todo o Brasil!' bonitinho, né?
Quantos litros de sangue ainda serão  derramados para conhecermos  a tão sonhada e utópica  paz ?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Senzala Cultural

Por Juliana Portella


O 3º dia da programação do Baixada Encena- evento de congregação artística - coincidiu com o dia da Consciência Negra. A data remonta ao dia 20 de novembro de 1695, quando Zumbi dos Palmares morreu. Segundo Lino Rocca, produtor e idealizador do evento, o objetivo do Cabaré Cultural é reunir artistas de várias linguagens num mesmo lugar e, dentro dessa data que é referência nacional de luta da população negra pela liberdade, nada melhor que torná-la tema.
O encontro artístico foi realizado no Bar Estação Floresta, localizado a Rua Floresta Miranda, um lugar ótimo para quem quer encontrar os amigos, curtir uma boa MPB e tomar uma cerveja.
O cantor e compositor, Antônio Mariano interpretou músicas em homenagem ao dia da consciência negra. Dona Arminda e D´xum, ambas de Hélio de Assis, e Olhos coloridos, sucesso na voz de Sandra de Sá, fizeram parte do repertório. Marcaram presença também os cantores Dida Nascimento e Zeca pessoa dando um tom mais reggae a senzala cultural.
Além de música tivemos intervenções poéticas. Estiveram presentes o poeta Moduan Matus, que realizou intervenção com a poesia “ Tem gente com fome” de Solano Trindade; Marcus Rufino, do grupo Pó de Poesia que recitou dois poemas de sua autoria, “negritude” e “negra loira”;Ivone Landim, do Grupo Fulanas de Tal, recitou seu poema “mãe preta”; Si, fez sua intervenção com o poema “Negro” de Raul Golpe.
Houve também exibição dos curtas: “ Tá bom aí” e “Lapa de Rua” do jovem Diogo Mirandela, morador do município de Queimados. Com apenas 19 anos, Diogo estuda cinema na ONG Cinema Nosso, na Lapa. Seu filme “ Lapa de Rua” participou do 5º fesvital de Jovens Realizadores o Mercosul e da Mostra Brasil-França Cinema/Rua.
Interessante mesmo dessa noite nada convencional, é que enquanto havia intervenção poética ou musical, o VJ (vijing) Paulo China dava um show de mixagens com imagens. A manipulação em tempo real de imagens é realizada através de uma biblioteca de imagens misturada a muito talento.
Com Programação até o dia 28 - próximo domingo, estima-se que essa 3ª edição do Festival Baixada Encena ainda reuna muitos artistas de diferentes linguagens com objetivo de valorização da cultura na Cidade de Nova Iguaçu.