terça-feira, 19 de outubro de 2010

2º turno das eleições

Por Juliana Portella

Eleitor traido

Marina Silva, ex-candidata do partido à Presidência da República, em carta aberta a Dilma e Serra, divulgou seu posicionamento no segundo turno.Não apoiará nenhum dos candidatos. Se manter imparcial é um direito dela e do partido, muito admirável inclusive . Demorar 15 dias pra decidir isso é, com o perdão da palavra, uma certa frescura. Agora,  se colocar além das eleições, além da corrupção, além do aborto, além da política, usar a palavra 'solidariedade' no parágrafo que cita Serra e 'indiferença' quando refere-se à Dilma é uma agressão aqueles que optaram por ser mais um. Que no dia primeiro de outubro do ano de dois mil e dez votaram 43. É uma tremenda traição. O PV opta pela dependência em relação a Serra. Sofro de uma profunda indignação por ter votado em Gabeira - também não tinha muitas opções- . As coisas só tem sentido na política se derem lucro. É íncrivel. Essa banda podre do PV não entende é nada de sustentabilidade. Após essa decepção simbólica em minha vida, vejo uma luz no fim desse túnel. Essa luz tem nome, sobrenome e partido. Eu falo de Dilma Rousseff (PT).


Chega de Privatizações. Serra não!

Se você não quer a privatização do Pré-sal, da petrobrás, diga não a Serra e a sua política neoliberal. Mesmo aliançada a banda podre do PMDB, Erenices e mensalões, Dilma é, nesse momento, a garantia dos direitos sociais dos brasileiros.

Em 1995, FHC colocou o sistema Eletrobrás no Programa Nacional de Desestatização. A inclusão dessas empresas no PND impedia que elas fizessem investimentos, gerando o caos presenciado no setor de energia. Foi Dilma que, em 2004, assinou a lei retirando o sistema Eletrobrás doo PND, modificando também o modelo do setor elétrico brasileiro. Me vem o Arnaldo jabour no jornal Oglobo d eum dia desses me dizer que devemos ao governo FHC o fato de 95% dos brasileiros possuirem celular. Gente, com o perdão da palavra novamente, Putaquepariu jabou! isso é desenvolvimento pra você? 95% do povo é explorado pelas empresas de telefonia e isso é legal? Do que adianta a Vale ter um lucro de quase 10 bilhões? aaah.. Aumentou o emprego. legal. temos mais operários explorados por aqui.

Serra votou contra a estabilidade do trabalho, 40 horas semanais e comissão de fábrica. Serra absteve-se em votações importantes para os assalariados como salário mínimo real, direito de greve e estabilidade do dirigente sindical. E ainda 1/3 de férias e o aviso prévio proporcional. Sua nota final foi 3,75. é uma ameaça à democracia e aos direitos sociais.


Dilma para o Brasil seguir mudando

Voto na Dilma porque  com o PROUNI consegui bolsa pra estudar em uma Universidade particular.Voto em Dilma porque ela é a continuação do governo popular e democrático do Lula. Porque, diferente de Serra na época da ditadura, Dilma não fugiu à luta. Voto em Dilma porque Serra é reacionário e intolerante.   Não entende de pobre. Nem de cultura. Pra ele o Hip-Hop na periferia é elevador de serviço.  Não entende nada de Classe C.

Acho que a internet é o meio mais democrático de comunicação. Gostaria que as milhões de pessoas que assistem diariamente o Jornal Nacional dessem uma lida nos milhares de e-mail que estão circulando com verdades sobre o Governo FHC. seria muito bom se essa onda vermelha se arrastasse pelo Brasil afora mobilizando aqueles 4% que ainda estão indecisos.  Gostaria que não houvessem interesses pessoas nas negociações políticas. Gostaria que o Brasil fosse um país socialmente mais justo.

Dilma, pode não ser a candidata dos nossos  sonhos, mas, sem dúvida alguma,  José Serra é o candidato dos nossos pesadelos. Nessas eleições,  vote 13 para o Brasil seguir mudando.

domingo, 17 de outubro de 2010

Intrusão literária

Por Juliana Portella

Este último fim de semana foi marcado por uma grande colisão literária na Cidade de Nova Iguaçu. Pra quem acha que acesso à leitura no Estado do Rio de Janeiro se limita  ao luxuoso Festival literário de Paraty, ou a mercadológica bienal no livro está de bobeira. Eu estou falando de Livro Livre! Livro, leitura e palavra para a classe C. Aqui em Nova Iguaçu, a rua é uma biblioteca, caros leitores. O evento foi um sucesso. A Secretaria de Cultura e Turismo libertou cerca de 4 mil exemplares Nova Iguaçu afora. Além de simplesmente distribuir livros, o fim de semana foi um grande sarau.

O primeiro dia de ações e discussões sobre livros para a classe C terminou com uma roda de conversa com Bráulio Tavares – poeta, escritor e compositor – e Marcus Vinicius Faustini – escritor, cineasta e ex-secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu – no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. O atual secretário de Cultura e Turismo da Cidade de Nova Iguaçu, Écio Salles, deu início ao poupe-ficha iguaçuano explicando o movimento Livro Livre e suas expectativas para democratizar a leitura e a criação literária na classe C. O acesso à palavra e à produção literária foram os principais temas do debate.

Com o olhar de quem foi criado na periferia do Rio de Janeiro, mais particularmente no conjunto residencial Cezarão, em Santa Cruz, Marcus Vinicius Faustini disse que a literatura aconteceu em sua vida por acaso. Atualmente na Secretaria de Ação Social e Direitos Humanos do Governo do Estado, esse autodenominado “intruso social” está desenvolvendo trabalhos cujo objetivo é incrementar a produção literária nos morros ocupados pelas UPPs. Para ele, os governos federal, estadual e municipal têm que implementar políticas públicas que estimulem a a produção literária, ” Financiar a literatura é financiar a vida”, acredita Faustini, para quem políticas públicas em prol da difusão da palavra podem ser uma grande contribuição para formação de novos leitores.

Faustini contou também como concebeu o bem-sucedido “Guia afetivo da periferia”, que já está na segunda edição. “Estava cansado do modo como o pobre é representado na literatura brasileiro, sempre seguindo o modelo da superação”, conta ele, que se inspirou no “Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife”, de Gilberto Freyre, e no “Um guia de Lisboa”, de Fernando Pessoa.

Bráulio Tavares defendeu a ideia de que ao escrever o escritor cria uma identidade. “Quando você escreve o que nasceu para escrever, liberta uma criatura que existe dentro de si” diz ele, para quem há muitos pontos em comum entre a literatura e a psicanálise. Assim como o analista escava o inconsciente, a literatura puxa o que não se vê em cada um de nós. Imaginemos um iceberg, o que se pode ver superficialmente é só a ponta. É preciso enxergar o que está submerso. A revelação de quem somos vem junto com a literatura.

Ao final da discussão da nova classe C dentro do mundo literário, percebe-se que ler é decisivo para a vontade de escrever, e a arte da escritura que antes era restrita à classe média da Zona Sul está se democratizando. Um exemplo disso é a internet onde temos vários escritores de 140 caracteres. Uma twitada faz parte de um novo repertório literário onde se escreve em um momento de emoção.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tropa de Elite II

Por Juliana Portella

"Acorde.O tráfico já era. A milícia é uma realidade que se impõe. E é a grande ameaça à segurança pública" 


               Arrastou multidões às salas de cinema logo nos primeiros dias, quem não garantir compra antecipada, não assiste ao sucesso de bilheterias, cuja estréia oficial foi dia 8 de outubro, em evento hollywoodiano em Paulínia (SP).
                Assim como a história original, escrito pelos policiais do BOPE André Batista e Rodrigo Pimentel, em parceria com o antropólogo Luiz Eduardo Soares desmascara as mazelas do sistema policial carioca, o filme surpreende ao mostrar a conivência política com o crime.
              Assisti ao filme na segunda-feira desta semana e saí da sala de cinema transbordando de indignação graças aos vários esquemas vistos, a atuação das milícias e os litros de sangue derramados nas operações na favelas. A grande atuação de Wagner Moura está de arrepiar, desta vez, com um drama familiar. Fora do Bope, como ele mesmo diz, 'Ao sair do BOPE caí pra cima',
Nascimento ocupa a subsecretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, e,  descobre, trabalhando lá, que o principal alicerce do sistema corrupto do crime vem de cima. É financiado por políticos. Vale ressaltar que se esse filme fosse lançado antes do dia 3 de outubro daria o que falar. Na verdade traria problemas para seus idealizadores,  já que, como novidade, existe um personagem que lembra o até então eleito Senador Wagner Montes (PDT), dono da famosa frase " Bandido bom é bandido morto". E um outro personagem, o Fraga, que lembra Deputado Estadual   reeleito Marcelo Freixo (PSOL), que abriu CPI em combate as milícias do Rio de Janeiro.
                 As milícias são uma grande ameaça ao Estado democrático e de direito, o pior tipo de crime organizado, porque envolve polícia e política.