domingo, 12 de dezembro de 2010

Trem do FUNK leva batidão da Central à Baixada

Por Juliana Portella

Uma multidão embarcou no Trem do Funk, neste último sábado (11/12). O batidão contagiante que partiu da Estação Central do Brasil ao ramal ferroviário de Belford Roxo, é uma iniciativa da Furacão 2000 e conta com apoio da Prefeitura de Belford Roxo e da SuperVia.
Inspirado no tradicional Trem do Samba – que leva admiradores do samba numa viagem da Central a Oswaldo Cruz –, o Trem do Funk que já está em sua 2ª edição, dessa vez foi usado para arrecadar brinquedos, que serão doados para crianças do Complexo do Alemão.

Funk é cultura

O Paizão do Funk, Rômulo Costa, que também é Secretário de Cultura no Município de Belford Roxo comandou a festa no último vagão lotado. Mc Bruninha, Leandro e as abusadas, David Bolado, Jonathan Costa, Garota X, Mc Leozinho e Mc Roque marcaram presença nesse grande festejo que teve continuidade no palco montado na Praça Eliaquim Batista, onde o show agitou o município. "Um evento como esse é importante para evidenciar que o funk faz parte do movimento cultural e musical, portanto merece respeito. O objetivo do evento é dar o merecido destaque ao funk." afirma Rômulo Costa lembrando que Belford Roxo é um grande referencial do ritmo.

O Funk, que é uma das maiores manifestações culturais nas periferias está diretamente relacionado ao estilo de vida e cotidiano da juventude aqui na Baixada. “Além de trazer diversão, o FUNK desperta o sonho de muitos desses jovens de trabalhar como MC. De viver desse ritmo prazeiroso” Finaliza Rômulo.

Ao som do DJ bolinha, tocando o Rap da felicidade, a composição, com capacidade para pouco menos de 2000 (dois mil) passageiros, partiu em direção à Belford Roxo um pouco depois de meio-dia. Com paradas somente nas estações Jacarezinho, Mercadão de Madureira e Pavuna o trem seguiu com pouca velocidade e nestas paradas embarcaram passageiros, na maioria jovens, que se surpreenderam e curtiram o som da Furacão durante a viagem.

A composição partiu de volta para a Estação Central do Brasil logo após as 15h.


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Migração Ilegal

Por Juliana Portella

Rio, novembro de 2010. Duas facções que guerreavam pelo controle das favelas do Rio se uniram na tentativa de impedir a pacificação de mais favelas e estão por trás de uma onda de terror que parou o Estado do Rio de Janeiro. Evidentemente, com todos esses acontecimentos, eu não tive dúvidas que isso se estenderia a Baixada Fluminense que foi - ou talvez ainda seja - uma região muito violenta. E aqui meu amigo, não tem o Bope nem UPP.

A vitória, uma semana depois, ainda não é definitiva. O Poder Público ainda mantém a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. O policiamento reforçado nas ruas e as operações policiais parecem conseguir conter a onda de violência no Rio. Três dos grandes chefões ainda são procurados. Pelas várias vielas do Complexo do Alemão a polícia ainda trabalha. Parece que é a chegada da tão sonhada paz nas favelas do Rio. Mas o que me preocupa é a possibilidade desse crime organizado mudar de lugar. Há rumores de que bandidos que conseguiram fugir a caça policial estejam migrando para a Baixada Fluminense. Mais precisamente para os Municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, que têm um histórico associado ao tráfico de drogas e são os municípios onde eu trabalho e estudo.
Espero que tudo fique bem e que a minha historicamente desfavorecida Baixada Fluminense não seja esquecida e volte a ser mundialmente conhecida como a região do crime.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A criminalidade toma conta da cidade

a sociedade põe a culpa nas autoridades.

Por Juliana Portella

O Estado do Rio de Janeiro enfrenta um grande caos. Assim que escrevo essa primeira oração fecho as janelas do meu quarto com medo.
Promover arrastões, assassinar inocentes, queimar transporte público, entre outros ataques  é só a ponta do iceberg. Nessa hora gostaria de não entender o motivo pelo qual a violência na rua aumentou depois das eleições.
Eleições essas que reelegeram Sérgio Cabral e que mantem secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame. O que querem com o medo da sociedade? Aumentar a Tropa de Policiais? Comprar equipamentos sem licitação? Receber mais Verbas para mais UPPs?
UPPs essas que  serão a campanha governamental num futuro bem próximo?
'O Governador que trouxe a Paz para a Copa agora levará a UPP para todo o Brasil!' bonitinho, né?
Quantos litros de sangue ainda serão  derramados para conhecermos  a tão sonhada e utópica  paz ?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Senzala Cultural

Por Juliana Portella


O 3º dia da programação do Baixada Encena- evento de congregação artística - coincidiu com o dia da Consciência Negra. A data remonta ao dia 20 de novembro de 1695, quando Zumbi dos Palmares morreu. Segundo Lino Rocca, produtor e idealizador do evento, o objetivo do Cabaré Cultural é reunir artistas de várias linguagens num mesmo lugar e, dentro dessa data que é referência nacional de luta da população negra pela liberdade, nada melhor que torná-la tema.
O encontro artístico foi realizado no Bar Estação Floresta, localizado a Rua Floresta Miranda, um lugar ótimo para quem quer encontrar os amigos, curtir uma boa MPB e tomar uma cerveja.
O cantor e compositor, Antônio Mariano interpretou músicas em homenagem ao dia da consciência negra. Dona Arminda e D´xum, ambas de Hélio de Assis, e Olhos coloridos, sucesso na voz de Sandra de Sá, fizeram parte do repertório. Marcaram presença também os cantores Dida Nascimento e Zeca pessoa dando um tom mais reggae a senzala cultural.
Além de música tivemos intervenções poéticas. Estiveram presentes o poeta Moduan Matus, que realizou intervenção com a poesia “ Tem gente com fome” de Solano Trindade; Marcus Rufino, do grupo Pó de Poesia que recitou dois poemas de sua autoria, “negritude” e “negra loira”;Ivone Landim, do Grupo Fulanas de Tal, recitou seu poema “mãe preta”; Si, fez sua intervenção com o poema “Negro” de Raul Golpe.
Houve também exibição dos curtas: “ Tá bom aí” e “Lapa de Rua” do jovem Diogo Mirandela, morador do município de Queimados. Com apenas 19 anos, Diogo estuda cinema na ONG Cinema Nosso, na Lapa. Seu filme “ Lapa de Rua” participou do 5º fesvital de Jovens Realizadores o Mercosul e da Mostra Brasil-França Cinema/Rua.
Interessante mesmo dessa noite nada convencional, é que enquanto havia intervenção poética ou musical, o VJ (vijing) Paulo China dava um show de mixagens com imagens. A manipulação em tempo real de imagens é realizada através de uma biblioteca de imagens misturada a muito talento.
Com Programação até o dia 28 - próximo domingo, estima-se que essa 3ª edição do Festival Baixada Encena ainda reuna muitos artistas de diferentes linguagens com objetivo de valorização da cultura na Cidade de Nova Iguaçu.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

2º turno das eleições

Por Juliana Portella

Eleitor traido

Marina Silva, ex-candidata do partido à Presidência da República, em carta aberta a Dilma e Serra, divulgou seu posicionamento no segundo turno.Não apoiará nenhum dos candidatos. Se manter imparcial é um direito dela e do partido, muito admirável inclusive . Demorar 15 dias pra decidir isso é, com o perdão da palavra, uma certa frescura. Agora,  se colocar além das eleições, além da corrupção, além do aborto, além da política, usar a palavra 'solidariedade' no parágrafo que cita Serra e 'indiferença' quando refere-se à Dilma é uma agressão aqueles que optaram por ser mais um. Que no dia primeiro de outubro do ano de dois mil e dez votaram 43. É uma tremenda traição. O PV opta pela dependência em relação a Serra. Sofro de uma profunda indignação por ter votado em Gabeira - também não tinha muitas opções- . As coisas só tem sentido na política se derem lucro. É íncrivel. Essa banda podre do PV não entende é nada de sustentabilidade. Após essa decepção simbólica em minha vida, vejo uma luz no fim desse túnel. Essa luz tem nome, sobrenome e partido. Eu falo de Dilma Rousseff (PT).


Chega de Privatizações. Serra não!

Se você não quer a privatização do Pré-sal, da petrobrás, diga não a Serra e a sua política neoliberal. Mesmo aliançada a banda podre do PMDB, Erenices e mensalões, Dilma é, nesse momento, a garantia dos direitos sociais dos brasileiros.

Em 1995, FHC colocou o sistema Eletrobrás no Programa Nacional de Desestatização. A inclusão dessas empresas no PND impedia que elas fizessem investimentos, gerando o caos presenciado no setor de energia. Foi Dilma que, em 2004, assinou a lei retirando o sistema Eletrobrás doo PND, modificando também o modelo do setor elétrico brasileiro. Me vem o Arnaldo jabour no jornal Oglobo d eum dia desses me dizer que devemos ao governo FHC o fato de 95% dos brasileiros possuirem celular. Gente, com o perdão da palavra novamente, Putaquepariu jabou! isso é desenvolvimento pra você? 95% do povo é explorado pelas empresas de telefonia e isso é legal? Do que adianta a Vale ter um lucro de quase 10 bilhões? aaah.. Aumentou o emprego. legal. temos mais operários explorados por aqui.

Serra votou contra a estabilidade do trabalho, 40 horas semanais e comissão de fábrica. Serra absteve-se em votações importantes para os assalariados como salário mínimo real, direito de greve e estabilidade do dirigente sindical. E ainda 1/3 de férias e o aviso prévio proporcional. Sua nota final foi 3,75. é uma ameaça à democracia e aos direitos sociais.


Dilma para o Brasil seguir mudando

Voto na Dilma porque  com o PROUNI consegui bolsa pra estudar em uma Universidade particular.Voto em Dilma porque ela é a continuação do governo popular e democrático do Lula. Porque, diferente de Serra na época da ditadura, Dilma não fugiu à luta. Voto em Dilma porque Serra é reacionário e intolerante.   Não entende de pobre. Nem de cultura. Pra ele o Hip-Hop na periferia é elevador de serviço.  Não entende nada de Classe C.

Acho que a internet é o meio mais democrático de comunicação. Gostaria que as milhões de pessoas que assistem diariamente o Jornal Nacional dessem uma lida nos milhares de e-mail que estão circulando com verdades sobre o Governo FHC. seria muito bom se essa onda vermelha se arrastasse pelo Brasil afora mobilizando aqueles 4% que ainda estão indecisos.  Gostaria que não houvessem interesses pessoas nas negociações políticas. Gostaria que o Brasil fosse um país socialmente mais justo.

Dilma, pode não ser a candidata dos nossos  sonhos, mas, sem dúvida alguma,  José Serra é o candidato dos nossos pesadelos. Nessas eleições,  vote 13 para o Brasil seguir mudando.

domingo, 17 de outubro de 2010

Intrusão literária

Por Juliana Portella

Este último fim de semana foi marcado por uma grande colisão literária na Cidade de Nova Iguaçu. Pra quem acha que acesso à leitura no Estado do Rio de Janeiro se limita  ao luxuoso Festival literário de Paraty, ou a mercadológica bienal no livro está de bobeira. Eu estou falando de Livro Livre! Livro, leitura e palavra para a classe C. Aqui em Nova Iguaçu, a rua é uma biblioteca, caros leitores. O evento foi um sucesso. A Secretaria de Cultura e Turismo libertou cerca de 4 mil exemplares Nova Iguaçu afora. Além de simplesmente distribuir livros, o fim de semana foi um grande sarau.

O primeiro dia de ações e discussões sobre livros para a classe C terminou com uma roda de conversa com Bráulio Tavares – poeta, escritor e compositor – e Marcus Vinicius Faustini – escritor, cineasta e ex-secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu – no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. O atual secretário de Cultura e Turismo da Cidade de Nova Iguaçu, Écio Salles, deu início ao poupe-ficha iguaçuano explicando o movimento Livro Livre e suas expectativas para democratizar a leitura e a criação literária na classe C. O acesso à palavra e à produção literária foram os principais temas do debate.

Com o olhar de quem foi criado na periferia do Rio de Janeiro, mais particularmente no conjunto residencial Cezarão, em Santa Cruz, Marcus Vinicius Faustini disse que a literatura aconteceu em sua vida por acaso. Atualmente na Secretaria de Ação Social e Direitos Humanos do Governo do Estado, esse autodenominado “intruso social” está desenvolvendo trabalhos cujo objetivo é incrementar a produção literária nos morros ocupados pelas UPPs. Para ele, os governos federal, estadual e municipal têm que implementar políticas públicas que estimulem a a produção literária, ” Financiar a literatura é financiar a vida”, acredita Faustini, para quem políticas públicas em prol da difusão da palavra podem ser uma grande contribuição para formação de novos leitores.

Faustini contou também como concebeu o bem-sucedido “Guia afetivo da periferia”, que já está na segunda edição. “Estava cansado do modo como o pobre é representado na literatura brasileiro, sempre seguindo o modelo da superação”, conta ele, que se inspirou no “Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife”, de Gilberto Freyre, e no “Um guia de Lisboa”, de Fernando Pessoa.

Bráulio Tavares defendeu a ideia de que ao escrever o escritor cria uma identidade. “Quando você escreve o que nasceu para escrever, liberta uma criatura que existe dentro de si” diz ele, para quem há muitos pontos em comum entre a literatura e a psicanálise. Assim como o analista escava o inconsciente, a literatura puxa o que não se vê em cada um de nós. Imaginemos um iceberg, o que se pode ver superficialmente é só a ponta. É preciso enxergar o que está submerso. A revelação de quem somos vem junto com a literatura.

Ao final da discussão da nova classe C dentro do mundo literário, percebe-se que ler é decisivo para a vontade de escrever, e a arte da escritura que antes era restrita à classe média da Zona Sul está se democratizando. Um exemplo disso é a internet onde temos vários escritores de 140 caracteres. Uma twitada faz parte de um novo repertório literário onde se escreve em um momento de emoção.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tropa de Elite II

Por Juliana Portella

"Acorde.O tráfico já era. A milícia é uma realidade que se impõe. E é a grande ameaça à segurança pública" 


               Arrastou multidões às salas de cinema logo nos primeiros dias, quem não garantir compra antecipada, não assiste ao sucesso de bilheterias, cuja estréia oficial foi dia 8 de outubro, em evento hollywoodiano em Paulínia (SP).
                Assim como a história original, escrito pelos policiais do BOPE André Batista e Rodrigo Pimentel, em parceria com o antropólogo Luiz Eduardo Soares desmascara as mazelas do sistema policial carioca, o filme surpreende ao mostrar a conivência política com o crime.
              Assisti ao filme na segunda-feira desta semana e saí da sala de cinema transbordando de indignação graças aos vários esquemas vistos, a atuação das milícias e os litros de sangue derramados nas operações na favelas. A grande atuação de Wagner Moura está de arrepiar, desta vez, com um drama familiar. Fora do Bope, como ele mesmo diz, 'Ao sair do BOPE caí pra cima',
Nascimento ocupa a subsecretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, e,  descobre, trabalhando lá, que o principal alicerce do sistema corrupto do crime vem de cima. É financiado por políticos. Vale ressaltar que se esse filme fosse lançado antes do dia 3 de outubro daria o que falar. Na verdade traria problemas para seus idealizadores,  já que, como novidade, existe um personagem que lembra o até então eleito Senador Wagner Montes (PDT), dono da famosa frase " Bandido bom é bandido morto". E um outro personagem, o Fraga, que lembra Deputado Estadual   reeleito Marcelo Freixo (PSOL), que abriu CPI em combate as milícias do Rio de Janeiro.
                 As milícias são uma grande ameaça ao Estado democrático e de direito, o pior tipo de crime organizado, porque envolve polícia e política.

sábado, 28 de agosto de 2010

Vida Real

Por Juliana Portella

Fui pra cadeia assistir filme que conta a história do Comando Vermelho

A Secretaria de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu deu início ao Cineclube Carceragem na última sexta-feira, com a exibição do filme "400 contra um – a história do crime organizado", na 52a DP, no Centro da cidade. O delegado Orlando Zaccone, diretor de todas as carceragens do estado do Rio de Janeiro, prestigiou o evento. O roteirista do filme, jornalista Júlio Ludemir aproveitou a cinebiografia de William da Silva Lima para libertar o livro “O Bandido da Chacrete”, que conta a história de Paulo César Chaves, um dos últimos remanescentes da geração que fundou o Comando Vermelho, tema do filme.

Há 380 homens detidos na 52a DP, sendo 130 do Comando Vermelho. A vida de William da Silva Lima e seus companheiros chamou atenção dos presos. Nas cenas mais marcantes, o cochicho dos espectadores era inevitável. Entre comentários e risos sem repressão alguma, os presos vibravam com as histórias de assaltos a bancos, fugas, greves de fome e a solitária (área da cadeia em que os presos tidos como insubordinados são mantidos). As cenas do filme personificam momentos vividos pela maioria dos presos que o assistiam. O que tornou o momento emocionante.

O título do filme faz referência ao cerco de 400 policiais ao Conjunto dos Bancários, na Ilha do Governador, no início da década de 1980. Esse cerco, que durante 12 horas parou a cidade, tinha como objetivo prender José Jorge Saldanha, vulgo Zé Bigode, assaltante de banco que também integrou a primeira geração do Comando Vermelho, até aquele momento mais conhecido como Falange Vermelha. Daí o nome: 400 contra um.

O filme mostra que o crime organizado de hoje não surgiu da noite para o dia. E foi por essa razão que o delegado Orlando Zaccone apoiu a exibição do filme pela segunda vez em uma carceragem da Polinter (a primeira foi na semana passada, em Neves, em São Gonçalo). “É sempre bom conhecer a história do nosso país, história de um sistema prisional cruel, que ainda faz parte da realidade deles“, diz Orlando Zaccone, que durante criou o projeto “Carceragem Cidadã” no período em que chefiou a delegacia de Nova Iguaçu. O projeto oferece atividades educacionais, culturais e de cidadania, dentre as quais se destacam a criação de uma urna para que os presos possam votar e um programa de alfabetização.

Julio Ludemir negou que o filme faça apologia ao crime, uma das acusações feitas com mais frequência ao filme dirigido por Caco de Souza. “Estamos tratando de uma realidade histórica. Negar isso é ditatorial. Para entender o crime organizado de hoje é necessário dar essa volta ao passado”, afirma Ludemir.


Atenção coletivo, a liberdade chamou.

A avidez pela liberdade é, sem dúvida alguma, o sentimento mais corriqueiro na carceragem. Durante o cinema improvisado, a liberdade chamou dois companheiros. Um condenado por assalto à mão armada e outro por tráfico de drogas foram soltos naquela noite de sexta-feira.


O canto da liberdade é costume neste momento em que algum detento é solto. Todo o coletivo canta um hino que é próprio à pena em que o preso pagou. Além do canto existem outros costumes que são comuns aquela galeria. A oração de meia-noite, o silêncio do luto e o culto a Rogério Lemgruber, também conhecido como o general. É o que nos conta o detento 2.L, 24 anos, que está na sua segunda passagem pela carceragem. “O que vimos no filme não é só ficção, é vida real”, diz ele, que na primeira passagem respondeu por um assalto à mão armada e agora aguarda julgamento por um assassinato que cometeu

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VOTANEU

Por Juliana Portella

Ontem começou a propaganda eleitoral no rádio e na tevê. Lógico que mesmo sem querer a gente acaba assistindo. Como se não bastasse a obrigatoriedade em votar que teremos daqui há cerca de quarenta e cinco dias, ainda temos que ouvir esse bando de mentirosos prometendo o céu e a terra. E, mais que isso, perólas de alguns candidatos a deputado federais e estaduais. Enquanto escrevo esse texto, aqui na Secretaria de Comunicação, na Prefeitura de Belford Roxo, acabei de ouvir de um candidato que eu nem me dei o trabalho de guardar o nome, que ele trabalhará em Prol da CIDADE da Baixada Fluminense, mas oras, a Baixada Fluminense não é uma cidade caramba, é uma região. Isso até que foi uma gafe miúda perto da presidenciável Dilma, que em entrevista ao Jornal Nacional disse que o governo investiu mais de R$ 270 milhões no saneamento da Rocinha, mas segundo dados do governo do Rio, gasto é de R$ 80 milhões. E, sem dúvidas, existem outras gafes que são muito comuns. A galera do CQC outro dia foi no Palácio do Planaldo realizar uma entrevista com deputados e a maioria dos entrevistados não sabiam o que era ENEM. O Famoso Exame Nacional do ensino Médio. Os caras nem sequer leêm jornal, né?! REVOLTANTE.

sábado, 26 de junho de 2010

Cultura, um termo reacionário?

Por Juliana Portella


                       Não podemos dar início a um trabalho de cultura, sem antes mencionar a essência desse termo. E, mais que isso, buscar raízes dentro do conceito de humanidade. Toda cultura, resulta do esforço do homem na construção de sua própria existência. O termo cultura é amplo, mas está limitado ao que diz respeito ao homem.
                     Tendo como base o texto de Leroi Gourthan, que estuda as relações entre a sociedade animal e a sociedade humana, vamos entender o que é humano. O que nos diferencia dos outros animais. 

                  Leroi Gourthan, afirma que, em nenhuma fase de sua evolução, o homem esteve dependente apenas do orgânico ou do instintivo. Gouhan eleva a importância do agrupamento social, que é mantido através de um suporte de tradições que é social, animal e humano. Em outras palavras, Gourhan evidencia que nosso comportamento depende no nosso meio, de onde estamos, da comunidade. Ao viver com lobos, qualquer ser humano pode adquirir comportamentos socias dos lobos, por exemplo.

                Neste primeiro momento, podemos concluir então, que cultura, no sentido amplo, é tudo que o homem faz, seja uma produção material ou espiritual, seja pensamento ou ação, só tem que ser humano.


Cultura numa abordagem antropológica
                  Atualmente, o termo cultura é considerado como produção intelectual. Dizem: “João é culto, lê muito”. Ou, “Fulano é inculto, parou de estudar”. Geralmente é considerado inculto aquele que não sabe, que não está inserido no saber da maioria, da elite. No entanto, essa perspectiva de cultura está distorcida já que a antropologia diz que cultura é modo de vida, subjetividade humana.

                  O termo cultura, do latim, significa cultivar. É um conceito criado para designar a identidade própria de um grupo humano em um território determinado conjunto de manifestações humanas.

                  Evidentemente, como não vivemos em uma sociedade homogênea, qualquer produção cultural está sujeita a variações. A cultura é dinâmica.


... pode ser que nas particularidades culturais dos povos – nas suas esquisitices – sejam encontradas algumas das revelações mais instrutivas sobre o que é genericamente humano. E a principal contribuição da ciência antropológica à construção – ou reconstrução – de um conceito do homem pode então repousar no fato de nos mostrar como encontrá-las. (GEERTZ, A interpretação das culturas)

                Geertz salienta que, a cultura não deve ser vista somente como um padrão concreto de comportamento e sim como um conjunto de mecanismo de controle – planos, receitas, regras e instruções.
 Cultura, uma arma de controle?

                   Dentro deste tema tão amplo estudado, é importante reconhecer os riscos da manipulação cultural. Começamos a tratar agora de uma cultura imposta, que vem de cima para baixo, com intuito de dominação.

                   Como sistemas entrelaçados de signos interpretáveis (o que eu poderia chamar de símbolos, ignorando as utilizações provinciais), a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual eles podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade.