sábado, 22 de outubro de 2011

Um novo jeito de comunicar

A notícia ao alcance de um clique  antecipa o desaparecimento do jornal impresso

Por Juliana Portella

O jornal impresso está com os dias contados. Com as novas possibilidades de se ter informação e as novas tecnologias disponiveis no mercado, principalmente o  tablet, é possivel que o jornaleiro ali da esquina saiba, contando nos dedos, o numero de clientes que ele teve em um dia. A emergência que se tornou a web nos coloca num novo eixo de tempo e espaço. Existe uma nova realidade. É chegada a nova era.

Como futura jornalista, confesso que essa história de fim de jornal impresso me deixou meio 'incafifada'. Eu sempre quis fazer jornalismo escrevendo. Gosto disso e acho que me daria bem na área.  "Mas e agora, o que será de mim? menos uma plataforma de trabalho." Engano o meu,  pensar assim. Publicar em jornal não é a única forma de ser jornalista no mundo.  

A internet apresenta uma nova maneira de se fazer comunicação sem se prender a plataformas. A web exige um profissional multimídia onde saber escrever é só o começo. Tem que saber escrever bem, fotografar bem, fazer vídeos - mesmo que seja com o celular- bem, twittar bem, hasteguear bem e por aí vai. Um verdadeiro mar de possibilidades que não deixam o profissional sequer cair na rotina.

Fico feliz e ainda mais empolgada com essa realidade virtual que chega sorrindo pra quem está se formando agora. 

E você, ainda lê jornal impresso?

sábado, 15 de outubro de 2011

Terraço Espacial de Eddu Grau

Por Juliana Portella




Na tarde ensolarada do domingo, 19 de junho, tive o prazer de acompanhar a décima produção do Periferas Musicais. O personagem foi  Eddu Grau. Muito talentoso e simpático, o rapaz recebeu a equipe no terraço de sua casa no Complexo do Alemão, lugar onde nasceu e foi criado.
Ao chegar, fomos surpreendidos com preparativos para um churrasco. Enquanto montávamos e conferíamos o equipamento, Eddu e seu produtor e amigo Sammuel traziam os talheres, montavam a churrasqueira e providenciavam a cerveja. Lógico que nesse clima agradável não podia faltar o que de fato mais importava naquele momento: muita música. Com seu violão, o cantor e compositor Eddu Grau nos presenteou com múltiplas doses de seu talento.

A música de Eddu se destaca pelo ritmo delicioso que mistura MPB, reggae e uma pitada da malandragem do Rap. Com uma linguagem descontraída, contagia qualquer pessoa. Foi em sua adolescência, quando seus pais o mandaram para a casa dos avós em João Pessoa, no Estado da Paraíba, com medo que o crime viesse a influenciá-lo, que o rapaz  traçou sua relação de amor com a música. “Não estou preocupado em fazer sucesso, muito menos com a quantidade de pessoas que  escutam meu som. O mais importante é que percebam que minha música tem alma”, afirma Eddu Grau, que dá mais importância em como as pessoas o ouvem do que propriamente com a quantidade.

O perifera pretende ir além do lugar comum. Para ele, música tem que fazer sentido. Fazer pensar e tem que refletir a realidade. “A comunidade está respirando novos ares. Para além do funk. Faço música da comunidade para a comunidade. Componho aqui e solto ali na praça”, diz nosso Perifera, que vê sua música descendo as vielas do Alemão e alcançando esferas cada vez maiores.

Com o chegar da noite, um exuberante pôr do sol enfeitou o céu do Alemão e o clima familiar de churrasco na laje do nosso Perifera brindou a vista incrível.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Estive de frente com o homem que venceu Hitler

Hoje, Aleksander Henryk Laks, sobrevivente do Holocausto, esteve na UFRRJ e disse que mesmo depois de estar, por várias vezes, de frente com a morte não tem raiva de da vida. Uma grande história de superação. A melhor história que já ouvi na vida! Se você acha que sabe o que é sofrimento, veja isso que você vai mudar de ideia. 





domingo, 25 de setembro de 2011

Uma batalha sem armas

Jovens de periferia tem concurso para eleger melhor dançarino
Por Juliana Portella 

A agitação começou nas redes sociais. Uma simples forma de se divertir entre jovens das comunidades cariocas está agitando o Rio de Janeiro.  Com câmeras digitais ou celulares os meninos  filmam suas performances e jogam no YOU TUBE. O desafio que  virou moda e começa a conquistar relevância cultural na cidade  mostrar que a favela é muito mais do que se fala por aí.

O 'passinho do menor' ou 'passinho do menos da favela' tem seu  primeiro campeonato oficial: a Batalha do Passinho. As eliminatórias que foram realizadas em três favelas na Zona Norte: Borel (16 de setembro), Andaraí (17 de setembro) e Salgueiro(18 de setembro), teve sua final no ontem (25 de Setembro) no SESC da Tijuca.    Gambá (3º lugar), Cristian (2º lugar)  e Jackson (1º lugar)    foram os grandes campeões da disputa.

  Esse linha evolutiva  da cultura negra que envolve  frevo, samba, jazz e um tempero carregado no funk, o passinho veio pra mostrar que o movimento funk também é possível de ser feito disvinculado do crime e da erotização. O  passinho está mostrando que na favela não tem só violência. A batalha aqui é com gingado. . É uma disputa de talentos, e o YouTube é o palco principal (confira o video abaixo e conheça o passinho).                



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Parabéns ao Poeta

Moduan Matus comemora seu aniversário no dia do escritor e lança  três livros


Na última segunda-feira (25/07), foi dia do escritor brasileiro e, para comemorar, muita poesia. Foi realizado, no espaço Cultural Sylvio Monteiro, o “Encontro de Poetas e Afins”.   O grande destaque dessa noite de festa foi o lançamento simultâneo de três livros do poeta e também aniversariante, Moduan Matus. O presente foi em dose tripla. O poeta lançou os livros: “A Palavra”, “Quintais Tropicais” e  “Poema Caótico”.

Aos cinquenta e sete anos, com dezessete  livros publicados, o poeta que enfeitava as portas de estabelecimentos comerciais  da Cidade de Nova Iguaçu com  sua poesia a giz, lançou seu primeiro livro de poemas visuais, “A Palavra”. Essa nova manifestação literária caracteriza-se por valorizar a imagem. A poesia é reduzida ao mais simples. É uma composição harmônica da palavra que permite o ver e sentir da poesia. Em "Quintais tropicais" o autor nos presenteia com haicais –  poema de origem japonesa representado em poucas palavras –  . “A intenção foi tropicalizar esse poema de origem japonesa. Colocar a realidade daqui em três linhas. Conta Moduan sobre esse livro de haicais abrasileirado.

Para quem nunca estudou letras no meio acadêmico, Moduan Matus mostra que domina a poesia. “Eu nunca estudei letras. Comecei a estudar contabilidade mas não conclui. Tudo que sei sobre poesia aprendi devorando livros.” Revela. 

O terceira obra, “Poema Caótico”, foi escrito  de forma coletiva, por  duzentos e sessenta e oito autores no decorrer de dez anos, organizado por Moduan e Sil.

O encontro reuniu muitos escritores da região. Estavam lá: Lilian Tabosa, Eudis Pestana, Henrique Souza, Marujo, Sil, Marcelo França, Silvio Silvícula, Cristiano Mello de Oliveira, Marcio Rufino e outros.

Tribos de poetas

Na região da Baixada Fluminense a militância literária é forte. Além do movimento Baixada Literária que transforma a região em uma grande biblioteca, existem  coletivos que promovem encontros regularmente. A “Gambiarra Profana” de Belford Roxo, por exemplo, existe há onze anos e conta atualmente com a participação de vinte e três poetas que valorizam a produção textual coletiva.  Além  da "Gambiarra Profana" existem o “Pó de poesia” e o “Fulanas de Tal” que é formado somente por mulheres.

O poeta Marcio Rufino, da Gambiarra Profana recitamdo um de seus poemas.

Moduan Matus comemora 57 anos em ritmo de poesia

Lilian Tabosa recita um de seus poemas





terça-feira, 12 de julho de 2011

Cordel que vem com a Corda Toda

Por Juliana Portella
Nova Iguaçu em clima de poesia, rima, métrica e música. Vem aí o “Cordel com a Corda Toda”, um festival de cultura popular que será realizado  entre os dias 13 e 16 de julho, de quarta a sábado,  no Espaço Cultural Sylvio Monteiro,  em Nova Iguaçu. Com patrocínio da Eletrobras e apoio do Ministério da Cultura, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu e Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu, o festival  levará ao público uma maratona de atividades que resgata, celebra e discute a Cultura Popular Brasileira, tendo a Literatura de Cordel como referência. É um espaço de encontro de agitadores culturais da Região da Baixada Fluminense.

O festival levará ao público a oportunidade de conhecer um pouco mais da Literatura de Cordel. Entre as atividades, variadas e gratuitas, estão oficinas de teatro de cordel, composição de cordéis e xilogravura – técnica de gravura que se costuma utilizar nos folhetos – apresentação de repentistas, rodas de debates com pensadores da cultura popular e artistas, exposição fotográfica e apresentações de manifestações típicas com grupos folclóricos da Baixada Fluminense.

Além disso, o evento terá uma exposição com o resultado da primeira fase do projeto "Cordel com a Corda Toda" que começou em 2010 por iniciativa do grupo  “Burburinho Cultural”  que, além das oficinas na Baixada, percorreu a região Nordeste do país documentando em vídeo e em fotografia o que existe de mais genuíno nessa arte que chegou ao Brasil trazida pelos portugueses, se instalou na Bahia e foi, então, difundida pelo Brasil. O resultado das imagens coletadas pelo Nordeste gerou um documentário curta-metragem, que será lançado na abertura do evento.
Entre os destaques estão as apresentações de esquetes em teatro de cordel de muitos dos 340 alunos da rede pública de ensino que, diariamente, frequentam as oficinas de Literatura Cordel, Pontinho de Cultura em Nova Iguaçu, coordenada por Marcos Covask, ex-coordenador artístico da unidade do projeto “Nós do Morro”, em Nova Iguaçu, e professor de interpretação nas oficinas culturais do Museu da Maré.

Depois de meses de pesquisa, aprendizado e trabalho, chegou a hora de compartilhar a cultura do cordel com toda a comunidade e apresentar alguns dos mais importantes artistas populares brasileiros. O Festival Cordel com a Corda Toda  será uma grande festa que tem como principal objetivo resgatar a importância do patrimônio imaterial brasileiro.
Para ver a programação acesse: http://projcordelcomacordatoda.blogspot.com/ 

Cineclube comemora 5 anos de sucesso

Por Juliana Portella



Na  noite do último sábado  – 02 de julho –  o cineclube Buraco do Getúlio comemorou cinco anos de sucesso. O Buraco – como carinhosamente é chamado ­– reúne cinéfilos desde o ano de 2006, quando suas exibições ainda eram realizadas mensalmente no bar do Ananias. Depois de serem contempladas com um dos editais Cine Mais Cultura – Projeto do Ministério da Cultura que disponibiliza equipamentos audiovisuais de projeção digital –,  as sessões do Buraco passaram a ser toda terça-feira, às 19h, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro.
A programação dessa festa de aniversário contou com apresentação das bandas Cretina, spllash, Gente Estranha do Jardim e Charanga do Caneco, além de Dj’s e Vj’s entrelaçados pela vibe da música.
Nelson Ferreira Neto aproveitou o festejo para comemorar seu 32º aniversário junto com os amigos no Cineclube. Freqüentador do Buraco há 4 anos, o estudante de cenotécnica não perde a chance de encontrar as amizades e assistir um bom filme. “Conheci o Buraco através de outro cineclube, o Mate com Angu. Pra quem gosta desse clima underground e é apaixonado por cinema assim como eu, não há lugar melhor”, revela Ferreira Neto. O coordenador do projeto, Diego Bion, dedica esses cinco anos de muita agitação audiovisual a sua esposa Luana Pinheiro.  “Devo muito à minha mulher por me aturar durante todos esses anos que sou  cineclubista”, agradece Bion.
De seis anos de relacionamento, há cinco Luana divide com as atividades do Cineclube. Ela, que também faz parte da equipe contribuindo com muita dedicação, acompanhou todas as dificuldades e glória nesses cinco anos de trajetória. “Já brigamos muito por causa da rotina agitada dele com o Cineclube”, confessa Luana, que sempre acompanha as atividades junto com o filho do casal, o pequeno Ícaro. 
Tanto comprometimento e paixão têm como resultado o sucesso e muitos seguidores. Hoje o Cineclube é referência na Região da Baixada Fluminense e oferece filmes sempre com um tema diferenciado, além de intervenções que envolvem música, teatro e tudo que é arte alternativa.

Mercadinho undergroud
Além de doses generosas de rock alternativo, quem prestigiou o 5º aniversário do Cineclube Buraco do Getúlio pode perceber que ali era um ótimo lugar para compras. Entre bolsas, franzines, cordéis e roupas, destacou-se a grife Poeme-se, que é responsável pela produção de camisetas poéticas. 

Brinde Sugestivo
Durante o festejo,  quem comprava uma cervejinha ou qualquer outra bebida no  bar do Cineclube ganhava de brinde um preservativo.  De acordo com Milena Manfredini – integrante da equipe do cineclube­–, a distribuição é feita com intuito de conscientizar o uso da camisinha em prol do  combate as DST´s –   Doenças Sexualmente Transmissíveis­.

domingo, 3 de julho de 2011

Cultura com a corda toda

Por Juliana Portella





Na tarde de  hoje, 13 de julho,  o Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi tomado  por um grande burburinho artístico.  A  abertura do  Festival  Cordel com a Corda Toda reuniu  um  público de peso para  celebrar  e discutir  Cultura Popular, tendo a Literatura de Cordel como referência.

Os  destaques desse primeiro momento da maratona que é esse festival,  foram as apresentações de esquetes  teatrais  de muitos dos 340 alunos da rede pública de ensino que, diariamente, frequentam as oficinas de Literatura Cordel nos  Pontinho de Cultura em Nova Iguaçu,  coordenadas  por Marcos Covask.  "Pensamos em resgatar a cultura popular através da linguagem do teatro. Com esses novos adventos tecnológicos, é preciso preparar uma  juventude para além do Orkut, do cibernético.  A  literatura de cordel é importante nesse sentido, resgata valores, trabalha literatura."  Exclama Covask.

O resultado positivo das oficinas realizadas com as crianças é  notório. Fazer arte para além da sala de aula estimula a prática da leitura e aprimora o desejo pelo ensino.  "O teatro  me ensinou  as diferenças entre o que verso, poema e  prosa. Meu comportamento mudou, até as minhas notas subiram na escola. Sou menos tímida e acho que descobri um talento "  Conta a pequena Tayná Pereira, de 13 anos, estudante do 6º ano da Escola Estadual Machado de Assis, localizada no bairro da Prata, em Nova Iguaçu.

De acordo com Priscila Seixas, gestora de projetos da Burburinho Cultural, as oficinas que tiveram início em março deste ano na escolas são realizadas 2 vezes na semana em horário complementar as aulas regulares.



Missão da Cultura 



O novo  Secretário de Cultura, Anderson   Batata,   participou da abertura do festival  e não economizou palavras em sua intervenção. Parabenizando os agitadores do "Cordel com a Corda Toda", Batata defendeu  a bandeira de que cultura também  é  feita para além da sala de aula. E no que depender dele, a Cultura será  destaque na Cidade daqui pra frente. 

São muitas as expectativas  nessa nova gestão. Percebe-se que fôlego é o que não lhe falta.  " É preciso fazer a cultura que se produz aqui, circular Nova Iguaçu afora.   A missão da secretaria é  valorizar o que é daqui e levar isso para todos os cantos da Cidade. "   Afirma o Secretário.

domingo, 15 de maio de 2011

Locadoras, um habitat em extinção.

Por Juliana Portella

Não há nada melhor que poder assistir àquele filminho no sofá de casa. Ir até uma tradicional vídeolocadora, ficar horas por aqueles corredores sortidos escolhendo qual filme levar. Olhando capas e lendo sinopse. As facilidades de acesso a filmes pela internet ou com o camelô da esquina ainda não substituíram a sensação de estar em uma locadora.


Porém, de alguns anos para cá, muitas locadoras estão fechando suas portas. Cada vez mais escassas , podem ser consideradas um hábitat em extinção. Os motivos são muitos. A facilidade de se baixar filmes pela internet, aumento de usuários de TV a cabo e concorrência com o comércio alternativo (camelô) são as principais causas.

A internet foi uma grande invenção. Essa nova tecnologia faz com que qualquer música ou vídeo esteja ao alcance de todos através da rede. Dá para contar nos dedos usuários que resistem ao copyleft.

Exceção a esse cenário que vem se apresentando é a Cavídeos, que há 14 anos procura ser muito mais que uma simples locadora. Localizada na cidade do Rio de Janeiro, no Humaitá, em Botafogo, além de disponibilizar vídeos para seus clientes, a locadora mostra seu diferencial ao organizar mostras, lançamentos de livros, filmes e tudo mais que possa atrair o público alvo. A videolocadora, que também é produtora e distribuidora cinematográfica, se destaca por ser um ponto de encontro de cinéfilos e amantes de arte.

Ser referência exige dedicação. “Sabemos que a diferenciação é o único meio de sobrevivência. Procuramos filmes que ninguém tem, nossos funcionários sabem muito sobre os filmes e sobre cinema de uma forma geral. Trabalhamos 24 horas e nunca fechamos nossa loja”, garante o cineasta e dono da locadora, Cavi Borges.

A locadora oferece curtas-metragens gratuitos, animações para adultos, filmes de surf, documentários raros e filmes importados, entre outras coisas diferenciadas. E é assim que a Cavídeos sobrevive à corda-bamba das locadoras.

Com um leque de estratégias que transformam a ida à locadora em uma experiência gratificante, não se espanta com a pirataria. Segundo Cavi, a pirataria é uma consequência natural dos preços abusivos praticados pelo mercado audiovisual. “Uma vez vieram me vender o DVD do filme Pixote por R$ 115. Poderia ter comprado cinco cópias e acabei comprando uma. No dia seguinte, vi o filme pirateado nos camelô por R$ 5. Como esperar que as pequenas locadoras sobrevivam com esses custos?”

As poucas locadoras de Nova Iguaçu que sobreviveram a essa nova era também têm suas estratégias. No Condomínio Vila Ângela, no bairro da Luz, existe uma “locadora-lanhouse-mercadinho”. Não necessariamente nessa ordem, segundo o técnico em edificações Felipe Souza, morador do condomínio. “A princípio era só uma locadora, agora a dona teve que fazer, além da locadora, um minimercado, lan house, mas a locadorinha ainda tá lá no cantinho“, diz Felipe Souza.

Seja por culpa da pirataria ou popularização da internet, o fato é que ter uma locadora não é mais um negócio lucrativo. No entanto, tem que haver luz no fim do túnel para essa realidade. As locadoras guardam a memória e arte do cinema que não se alcança com um clique

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Falando Sério sobre a Baixada

Por Juliana Portella

O conhecido projeto entre estudantes normalistas da Cidade de Nova Iguaçu, o Fala Sério!, que é realizado toda quinta-feira no Sesc, sempre em dois horários, das 9h às 12h e das 14h às 17h, teve uma edição especial em comemoração ao aniversário da Baixada, celebrado dia 30 de abril. O que era pra ser uma exibição de filme acompanhada de debate foi um voo histórico com direito a debate de agitadores culturais e historiadores locais, sobre a contemporaneidade da região e suas potencialidades.
A estudante do curso normal no Instituto de Educação Rangel Pestana, Jéssica Teixeira, 19 anos, conta que o evento reúne muitos alunos desse segmento pela necessidade de horas de estágio, que são contadas através de atividades culturais como essa, mas que não é o seu caso. "Eu até já fechei minha carga horária e mesmo assim não perco uma edição do Fala Sério! Gosto muito dos filmes exibidos aqui. São filmes que sempre nos fazem pensar e depois ainda tem debate com algum profissional da área do tema abordado, onde podemos participar”, conta a futura professora, ansiosa para assistir aos filmes dessa edição especial.

Como de costume, antes da exibição dos curtas, a dupla de atores Elisabeth Pagu e Paixão Dias fizeram um esquete, desta vez contando um pouco da história da Baixada Fluminense e de Dom Adriano Hypólito, que foi bispo por muitos anos em Nova Iguaçu e um importante militante da luta pelos direitos humanos na região.

Em um segundo momento foram exibidos três filmes com enfoque histórico. O primeiro foi a animação “De Iguassu a Iguaçu”, produzido por alunos de uma oficina de animação do próprio Sesc. Em seguida foi a vez do “Um Voo Sobre a Baixada”, produzido pelo IPAHB (Instituto de Pesquisas Históricas e Análises Sociais da Baixada Fluminense), com imagens aéreas feitas pelo historiador Renato Kamp. Por fim, foi exibido um documentário da Diocese de Nova Iguaçu que contava sua trajetória através da história das igrejas da Região.

Para encerrar a maratona de filmes com chave de ouro, o último curta exibido foi o “Prazer, meu nome é Nova Iguaçu”, dirigido por Yasmin Thayná. Diferentemente dos filmes anteriores, que se baseavam numa viagem às riquezas históricas da região, incluindo quase sempre documentos antigos, ruínas e imagens religiosas, o filme da jovem cineasta mostrou uma Nova Iguaçu que poucos entendem como riqueza histórica. Com o objetivo de mostrar a cidade através de trabalhadores exercendo suas atividades, o filme foi gravado no Calçadão, onde funciona o shopping a céu aberto. As imagens capturadas no documentário reuniram personagens ilustres da cidade que fazem de seu cotidiano a história da região.

Yasmin Thayná, que é estudante de jornalismo, dividiu a mesa de debate com grandes nomess da História da Baixada, como o professor Guilherme Peres, do IPAHB, e o historiador Antonio Lacerda, do Centro de Formação de Líderes. Yasmin agitou a plateia de jovens estudantes iguaçuanos e mostrou que cultura em Nova Iguaçu vai além do Top Shopping.

A estudante Thaisa da Costa, 18, saiu do teatro animada com o que viu. " É legal ver alguém da minha idade e da minha cidade já envolvida em tantas coisas, com tantos objetivos de intervenção no mundo através da arte, da cultura."

Na próxima semana, o filme a ser exibido é "O Caminho das Nuvens" com Wagner Moura e direção de Vicente Amorim.

sábado, 30 de abril de 2011

Eu, cineasta ?

Por Juliana Portella

Estou tranbordando de entusiasmo com o novo curso de audiovisual que farei na Escola Livre de Cinema. Sempre admirei muito o trabalho da escola e como sou apaixonada por comunicação, resolvi participar do processo seletivo. Depois que a ELC passou a ser patrocinada pela Petrobrás e ter apoio  da UFF, todo mundo quer estudar lá. Inclusive eu que não sou  otária, né? Já que sou monitora de audivisual e jornal escolar no trabalho  com as  crianças, pensei: o curso perfeito é o de audiovisual para educadores. Fui aprovada.

Oras, se hoje existe o Youtube, blogs. facebook, fotologs etc,  porque não mergulhar nessa onda? Eu que já tenho um caso de amor com as palavras pretendo agora ter um caso com o audiovisual. As palavras não têm ciúmes e vão tão pouco se importar. Não preciso da ancine, nem tenho expectativas mercadológicas com cinema. A grande sacada de estudar sendo  educadora é porque dá pra multiplicar conhecimento. Agitar pensamentos. Criar possibilidades de intervenção da realidade. E isso não há dinheiro que compre.

Existe uma outra parada que é espetacular, mora em mim uma necessidade imensurável de devolver a credibilidade que depositaram em mim quando só tinha apenas  17 anos,  morava lá pros lados de Cabuçu, disseram que eu tinha nascido repórter. Olhá que loucura, mano. Eu, repórter?!  Já que eu tinha  os pais semi-analfabetos, tinha acabado de entrar para o Movimento Estudantil da minha Cidade,  uma vontade ímpar de mudar a realidade que me cercava e o miolo-mole  acreditei, né?! Foi quando virei  redatora do Minha Rua Tem História, depois colunista do Jovem Repórter. Hoje  repórter  do Cultura NI, correspondente do Viva Favela, editora do Planeta Paris, assessora de imprensa da @prefbelfordroxo, estudante de  Jornalismo na UFRRJ e uma escritora meia-boca, intrusona na área de webdocumentário que acredita que vai mudar o mundo através da educação. Preciso sentir o gostinho de dever  cumprido ao mostrar para meus alunos que o que tem dentro da casa deles, na comunidade e na escola pode virar um filme.





segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mínimos Detalhes



Por Juliana Portella

Nos seus cinco anos de atividades, a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu vem mudando a vida de jovens e crianças através do audiovisual. A Escola, que era mantida pela prefeitura desde o ano de 2006, passa a contar com um aliado de peso para dar continuidade a seus trabalhos. Através de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (ICMS), a ELC ganha patrocínio da Petrobrás para dar continuidade ao sonho de investir na capacitação de crianças e jovens da periferia.
Palavra, corpo e território. É nessa trilogia que está focada a revolução no ensino audiovisual que propõe a Escola Livre de Cinema desde a sua formação, pelo cineasta, escritor e diretor Marcus Vinicius Faustini. A cada ano o ensino é baseado em uma metodologia. Em 2009, as produções basearam-se nos contos de Câmara Cascudo. Em 2010, os alunos tiveram o desafio de produzir um vídeo autorretrato, com apenas um minuto, sem poder mostrar o próprio rosto. Toda essa didática compõe a cena estética da escola . Este ano a metodologia é baseada na ficção. Sendo o cinema um retrato da realidade do mundo, com esse tema como principal, mundos inventados estão por vir.
Brincando de cinema, divertindo-se com a descoberta de um mundo faz de conta, cada menino e menina das turmas A ou B recebe atividades muito bem planejadas e com objetivos pré-estabelecidos. Na ELC, ninguém é detentor do saber e nenhum aluno receptáculo vazio. As crianças trazem experiências do seu território e através da troca constroem conhecimento. Não é à toa que o diretor metodológico da escola, Anderson Barnabé, se preocupa com os minímos detalhes desse processo de formação de conhecimento. "Nós monitores/mediadores passamos periodicamente por uma capacitação. Tudo que faz parte do planejamento é testado conosco", garante a mediadora Josy Antunes, que também é jovem repórter.
Todo esse cuidado faz parte do sistema de ensino da escola, que conta com o apoio de estudantes de cinema da UFF (Universidade Federal Fluminense), que contrubuem na criação de atividades lúdicas. Jogos cênicos, artes plásticas, literatura e exercícios corporais resultam no desenvolvimento intelectual e cultural de cada aluno. Para cada turma, existem dois mediadores para aplicar as atividades e trocar experiências. Um é aluno da UFF, e o outro é ex-aluno da ELC.
Josy Antunes faz parte dessa equipe de mediadores. Vale a pena lembrar que Josy, além de formação superior em Cinema pela Universidade Estácio de Sá e ex-aluna da ELC, tem formação em magistério. "Quando concluí o magistério eu fugi. Não queria dar aula, achava responsabilidade demais assumir uma turma de alunos. Hoje estou lecionando na Escola Livre de Cinema. Estou atuando nas minhas duas áreas de formação e estou muito feliz", conta Josy.


Visibilidade
Grandes ideias resultam em visibilidade. E a Escola Livre de Cinema é uma verdadeira fábrica de ideias e tem sido alvo de muito aplausos e holofotes. Quem diria que na Baixada Fluminense haveria uma escola de cinema gratuita e de qualidade? Muitos que não acreditam vem conferir. Na última semana, a equipe do Programa Hoje em Dia, da Rede Record, visitou a Escola.
Com fôlego renovado, ideias e câmeras nas mãos da garotada essa escola ainda vai ser modelo de ensino para o mundo, e Nova Iguaçu grande polo de produção audiovisual.
Quem quiser fazer parte do quadro de alunos terá que passar por um processo seletivo que tem sua primeira etapa no próximo sábado, dia 09 de abril. As inscrições estão abertas. Dublagem, Blognovela, Videoclipe para You Tube e Audiovisual para Educadores. São os cursos oferecidos para este ano. Mais informações pelo tel: 2886-3889 /2886-3502. A escola fica localizada na Rua Santos Filho, nº 87 - Miguel Couto

quinta-feira, 17 de março de 2011

Memória Inventada

Sobre Sucatas

Isto porque a gente foi criado em lugar onde não tinha brinquedo fabricado. Isto porque a gente havia que fabricar os nossos brinquedos: eram boizinhos de osso, bolas de meia, automóveis de lata. Também a gente fazia de conta que sapo é boi de cela e viajava de sapo. Outra era ouvir nas conchas as origens do mundo. Estranhei muito quando, mais tarde, precisei de morar na cidade. Na cidade, um dia, contei para minha mãe que vira na Praça um homem montado no cavalo de pedra a mostrar uma faca comprida para o alto. Minha mãe corrigiu que não era uma faca, era uma espada. E que o homem era um herói da nossa história. Claro que eu não tinha educação da cidade para saber que herói era um homem sentado num cavalo de pedra. Eles eram pessoas antigas da história que algum dia defenderam a Pátria. Para mim aqueles homens em cima da pedra eram sucata. Seriam sucata da história. Porque eu achava que uma vez no vento esses homens seriam como trastes, como qualquer pedaço de camisa nos ventos. O mundo era um pedaço complicado para o menino que viera da roça. Não vi nenhuma coisa mais bonita na cidade do que um passarinho. Vi que tudo que o homem fabrica vira sucata: bicicleta, avião, automóvel. Só o que não vira sucata é ave, árvore, rã, pedra. Até nave espacial vira sucata. Agora eu penso uma garça branca de brejo ser mais linda que uma nave espacial. Peço desculpas por cometer essa verdade.

Por Manoel de Barros

segunda-feira, 14 de março de 2011

Carnaval da pesada

Por Juliana Portella



Durante a festa do Rei Momo, enquanto carros alegóricos e fantasias alegravam a folia, enquanto a maioria das pessoas estavam em suas casas de veraneio nas regiões praieiras, brincando o carnaval nos blocos de rua do Centro do Rio ou curtindo um carnaval bairrista em sua Cidade, empilhadeiras, braços e pedreiros trabalhavam simultaneamente.
Ninguém pode negar que durante o carnaval tudo para. Repartições públicas e instituições de ensino, por exemplo, entram em recesso. Até comércios e serviços de bancos e casas lotéricas só voltam a funcionar a partir do meio dia da Quarta-feira de Cinzas. Carnaval é o período que todo mundo quer uma folguinha. Com exceção da Segurança Pública que garante a ordem do carnaval na rua, dos trabalhadores envolvidos na realização do desfile na Sapucaí e em festas de rua pelos bairros a fora e os vendedores ambulantes de bebida que abastecem os foliões, geralmente o restante dos brasileiros não trabalha. Com muita ênfase no "geralmente" porque, pelo Centro de Nova Iguaçu, mais precisamente nas obras da costrução dos novos edifícios que a cidade ganha, pude observar que as construções funcionam a todo vapor. Foram poucas as obras que pararam durante os quatro dias de folia.
Os prazos de entrega de imóveis precedidos de vendas que crescem a todo vapor aceleram o trabalho nos canteiros de obras. Durante a festa momesca muitos trabalhadores saiam no trio do carnaval da pesada. Bloco para essa galera só aquele de cimento.
O prazo da entrega da obra do Apart Hotel Sanmarino, localizada a avenida Dr. Mario Guimarães, próximo ao viaduto Padre João Mush, no Centro de Nova Iguaçu que está com data de entrega prevista para o final do mês de março anda a todo vapor.
Do engenheiro ao servente, ninguém parou. A construtora Novanil, responsável pela obra, não abriu mão de pagar dobrado o dia de cada funcionário. Muitos trabalhadores preferem trabalhar quando é feriado e fim de semana, exatamente pela compensação salarial. Afinal, a construtora paga o dobro. “Sábado e feriado vale o dobro da diária”, afirma o servente Devaldo (28 anos), que não abriu mão de trabalhar nos três dias de folia. Segundo ele, sua diária corresponde ao valor de 40 reais, R$ 4,40 por hora trabalhada. Durante o sábado e a terça-feira de carnaval, o dobro. “São nove horas de trabalho. Agora que a obra está sendo concluída eu removo entulho, corto piso e viro massa de gesso para o arremate. São nove horas diárias de trabalho braçal.” Ainda bem que a obra já está avançada, porque no início o trabalho é muito mais cansativo para Devaldo afirma que no início de uma obra, seu trabalho é muito mais cansativo. “Quando pego uma obra na fundação (fase inicial), faço escavação de sapatas manual. Viro concreto, faço carregamento de material e outras coisas mais”, conclui o servente enquanto peneira a areia.
Não foi somente a peãozada que trabalhou nos dias de folia. O engenheiro responsável pela obra, Luciano Lucas dividiu o expediente de sábado com sua estagiária. “Tem que ter alguém no controle das funções, marcando horário de entrega e fazendo cobranças para a obra andar”, explicou Lucas, que passou a arde do sábado de carnaval na obra para finalizar dois andares.
A construção civil tem é um dos carros-chefe do boom de Nova Iguaçu, principalmente no Centro. Essa sede imobiliária traz consigo o combate ao desemprego. São muitos os Devaldos que não estão mais brincando carnaval no bloco dos desempregados. É evidente que o salário não está lá essas coisas, mas pior que passar o carnaval trabalhando é ficar durante a folia sem um tostão no bolso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Pecado da Gula

Por Juliana Portella




Depois da matéria do famoso salgadinho amarelinho, vulgarmente conhecido como biscoito de isopor, dedicarei mais um texto à gastronomia popular. Falando de gastronomia real. Delícias populares. Comidinhas que todo mundo gosta. Com direito a endereço, preço e cardápio, prepare-se para encontrar dicas de guloseimas que fazem parte do cardápio da galera iguaçuana.
Gorduras à parte, numa dessas incursões Nova Iguaçu a fora é possível descobrir verdadeiras delícias. A lanchonete FROGS é muito conhecida pelo seu variado cardápio especializado em fast-food. Para quem quer fazer um lanche rápido, as sugestões são as mais atraentes. Entre tentações que vão de sanduiches a batata frita, sobressai o famoso ”Frogs-montanha”, feito com três fatias de pão, duas carnes, duas fatias de queijo, bacon e maionese. Essa montanha de sabor custa R$ 6,60 nos sabores carne e frango e R$ 9,30 no sabor picanha. "É uma boa opção pra quem quer matar a fome", aprova a estudante Thaline Flôres, que é fã numero um dos lanches do FROGs. Além de morar pertinho da lanchonete, na rua Ione Torres Ennes, mais conhecida como rua da Feira, Centro de Nova Iguaçu, Thaline estuda engenharia Civil na UGB, que também é bem perto da segunda sede da lanchonete, na Estrada Abílio Augusto Távora, em frente à Unig.

Quem deseja um hambúrguer mais simples pode optar pelo tradicional “Frogs-búrguer”, feito com pão, carne, salada e maionese, que custa R$ 3,20. O cardápio da famosa lanchonete conta também com sanduiches naturais por apenas R$ 5,50 “O que se destaca em sabor é o de ricota. Feito com um delicioso pão de forma integral levemente gratinado e servido com uma saborosa pasta de ricota umedecida, é de comer rezando”, garante Viviane Braz, que prefere uma refeição mais light quando vai à lanchonete. 
Para facilitar a vida de quem quer fazer uma boquinha rápida, foi criado o FROG´S DELIVERY. O atendimento de entrega a domicílio é feito a partir das 17h e vai até à meia-noite, todos os dias da semana, inclusive feriados.
Além dos famoso e irresistível fast-food, faz parte do cotidiano da galera de Nova Iguaçu o açaí. Um quitute congelado feito com polpa dessa fruta amazônica famosa pelo seu teor energético e vitamínico, batido com banana e guaraná.
Na rua da barraquinha da Dona Sueli, famosa pela venda dos salgadinhos que fazem parte da merenda da garotada na Rua Antonio Oliveira de Carvalho, no bairro de Cabuçu, temos uma academia onde naturalmente as pessoas se preocupam em manter a forma. Mas como nem tudo que reluz é ouro, encontramos uma cliente e aluna da academia que parece não se preocupar com o peso. "Se preocupar com a balança é bobagem. Comer é um dos maiores prazeres da vida, portanto nada de dietas rigorosas. Malhar tudo bem, parar de comer jamais", diz a dona de casa Clara, de 35 anos, que não resiste a um bom açaí com tudo que tem direito. Embora a massa congelada de poupa de açaí já seja altamente calórica, ela não dispensa a granola, amendoim torrado, flocos de arroz, granulado, jujuba, aveia, um canudinho de biscoito e uma dose caprichada de cobertura de chocolate. Mas Clara parece não ligar para o número de horas na esteira para queimar toda essa caloria. "Tomo um copo de 200 ml diariamente antes da academia", assume ela. "É para dar energia e ajudar no resultado da musculação."
De volta ao Centro de Nova Iguaçu, uma boa pedida é o X-Tudo do Russo. Localizado na esquina da Via Light com a Rua Dr. Luiz Guimarães, não existe outra opção para quem volta da balada na madruga. O delicioso hambúrguer é do tamanho da fome de quem curtiu uma cansativa noitada. O famoso X-tudo do Russo custa R$ 3,00.

Isopor na merendeira

Quem nunca comeu um salgadinho amarelinho na hora em que a fome apertou que atire a primeira pedra. Uma delícia que muito consideram besteira, o também conhecido como salgadinho de isopor faz o maior sucesso na hora em que bate aquela fominha fora de hora. O famoso salgadinho de milho apresenta uma grande variedade de sabor não dói no bolso: é encontrado por menos de R$ 1 nas melhores padarias e em qualquer barraquinha de doce. A guloseima preferida da garotada é o salgadinho tipo Skynni.

Presunto, churrasco, queijo, pizza e cebola. Um sabor para cada dia da semana. "Eu adoro esse salgadinho. É a minha merenda preferida", afirma pequeno Jeferson, de 8 anos. " Levo todos os dias para a escola. Ele me alimenta e eu ainda divido com meus colegas", acrescenta o estudante da 2ª série, que não dispensa um Fofura acompanhado de um geladinho suco de caju na merendeira.
Com uma grande variedade de sabor que não economiza no sal, o salgadinho Fofura é uma boa pedida. O chamado "pacote econômico" vem com 100 g de biscoito e é encontrado por apenas R$ 1,50 na barraquinha da Dona Sueli, na rua do Centro Escolar Alves de Lima, em Cabuçu.
Mas quando falamos em salgadinho não podemos deixar de lembrar do famoso Fandangos e Cheetos. São os mais vendidos e famosos graças às promoções com surpresa, que quase sempre eram figurinhas e tatuagens. Difícil encontrar quem nunca tenha usado uma tatuagem de salgadinho removível com água. É só tirar o plástico, molhar o papel e esperar um minutinho.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

No topo do podium

Por Juliana Portella


O ingresso na Universidade é o grande sonho de muitos jovens. No universo classe C nem sempre foi tão fácil ser aprovado e manter-se no ensino superior. Faculdade pública era algo inalcançável. Coisa pra rico. A maior preocupação dos secundaristas era arrumar um emprego para custear a mensalidade de uma faculdade privada e suas despesas. Em dez anos muita coisa mudou. A inclusão social chegou junto com o ingresso à Universidade. A oferta de vagas aumentou, nasceu o PROUNI, o ENEM e a grande novidade do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, o FIES que possibilita que o estudante curse a universidade privada e só pague a mensalidade quando estiver formado.

“O que era um sonho virou realidade. Nos dias de hoje, com todas essas facilidades, difícil mesmo é encontrar estudante que pague mensalidade.” Afirma Natália Vieira da Silva, moradora do bairro de Cabuçu que estudou seu ensino médio todo na rede pública de ensino e conseguiu bolsa integral para Universidade Castelo Branco onde escolheu estudar Educação Física. “Percebo que realmente os tempos estão mudando, da minha turma da escola muitos amigos também foram aprovados. Estudarão de graça. Isso é a garantia de que teremos toda uma profissão. E mais que isso, a profissão que escolhemos. “ afirma Natália.

Para muitos não basta somente ser universitário. O sonho é alcançar uma vaga na Universidade Pública.

Poema Eurístenes, 19 anos, moradora no bairro de Caioaba em Nova Iguaçu Iguaçu tinha o sonho de estudar em uma Universidade Pública e este ano o realizou. Foi aprovada para Ciências Sociais na UFRJ. Poema Eurístenes que é a primeira pessoa da sua casa a entrar para faculdade realizará seu sonho de ser socióloga. “O estágio com Pesquisa me aproximou da sociologia, do estudo das relações sociais, por isso escolhi esse curso” Diz Poema Eurístenes.

Aprovação para uma universidade pública requer dedicação. Para isto, muitos dedicam todo seu ensino médio a preparação para a maratona do vestibular. Cursos preparatórios e grupos de estudos em casa fazem parte da exaustiva rotina dessa geração que quer alcançar esse grande sonho.

Assim como Poema, Gabriela Assis, de 17 anos, não freqüentou curso pré vestibular. Passou para um dos cursos mais concorridos da Universidade do Estado do Rio de janeiro – UERJ. “Fiquei muito feliz porque dediquei todo esse tempo aos estudos e agora estou vendo o resultado, nunca fiz curso só estudei em casa.” Nos conta a futura advogada Gabriela.

Para aqueles que não possuem o dom da autodidática como Gabriela e Poema, a melhor opção é procurar um pré-vestibular. É só andar pelas ruas do centro de Nova Iguaçu e ver os anúncios. São muitos cursos. A grande novidade de toda essa oferta para preparação do vestibulando é o Colégio e Curso Miguel Couto. Que é conhecido pelo seu programa de qualidade desde os anos 60 em bairros Como Recreio e Barra da Tijuca no Rio e inaugurou sua unidade em Nova Iguaçu no início do ano passado.

“Os próprios alunos ao se inscreverem no curso preparatório questionavam a qualidade da Unidade Nova Iguaçu. Eles perguntavam se o ensino era o mesmo que das outras unidades. Aos olhos de muita gente o ensino aqui seria inferior.” nos conta o Professor de Biologia Alex Martins, que é um dos diretores da rede de ensino Miguel Couto. "Estamos vivendo um processo que afirma o conhecimento local. De todas as unidades da rede do cursos, a equipe de estudantes aqui de Nova Iguaçu é a melhor.” conclui o professor.

Tantas aprovações no vestibular evidenciam que os tempos são outros. A Faculdade que era na época de nossos pais algo quase inalcançável faz parte da realidade dessa nova juventude classe C.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Da Baixada Fluminense para o Sucesso!

Po Juliana Portella



A região da Baixada Fluminense  que já revelou muitos talentos como o grupo de reggae Cidade Negra, o sambista Seu Jorge, Cesinha do grupo Pique Novo e outros mais, parece ser território certo para formação de grandes artistas. O mais novo sucesso dos palcos cariocas, os pagodeiros do Grupo Samba Puro que nasceu em Belford Roxo agita a badalada noite da Lapa e prepara CD para ser lançado ainda este ano.

O grupo que surgiu nas rodas de samba pós- pelada do fim de semana prepara seu CD com um extenso repertório, e conta com ajuda do Cesinha e Moisés Pedrosa do grupo Pique Novo.

“Nós já tivemos a honra de abrir o ensaio da G.R.E.S Inocentes de Belford Roxo, e ser o grupo oficial dos ensaios da Banda da Praça XI, comandar a comemoração do 20º aniversário do Terrerão do Samba, e até fazer parte do Pagode do Trem, organizado anualmente pela Prefeitura do Rio de Janeiro”, lembra o professor de História Agnaldo Pinto da Silva, que é músico formado pela Escola Villa Lobos e estudante de direito na Universidade Gama Filho.



Tocando há oito anos, o grupo de amigos criados em Belford Roxo continuam segurando a forte bandeira do samba. Com apresentações todas as terças, às 20h no Acasos Bar, na Lapa.

Mais informações: 7801-2772

domingo, 16 de janeiro de 2011

Parabéns pra Nova Iguaçu, Parabéns pra mim!

Por Juliana Portella

Ontem, 15 de janeiro, foi  meu aniversário. Fiz 20 anos.  Dia do aniversário da Cidade dos lanranjais também. Nova Iguaçu completou seus 178 anos em alto estilo.  Música e atividades culturais fizeram parte da festividade, que começou pela manhã na Igreja Santo Antônio da Prata (Estrada Dr. Plínio Casado, 2.808, no bairro da Prata) com uma missa celebrada pelo Bispo Dom Luciano Bergamin onde a Prefeita Sheila Gama fez a entrega do Troféu ‘Cidade dos Laranjais’ a uma personalidade de destaque na sociedade de Nova Iguaçu por relevantes serviços prestados.
Após a missa, o pátio da Igreja deu espaço a Ação Social, com serviços públicos de saúde e assistência.
Durante a tarde, as atividades forão transferidas para o marco centenário, na Praça da Liberdade, onde foi prestada homenagem ao Comendador Soares.
A tarde seguiu com atividades culturais no Espaço Cultural Sylvio Monteiro (Av. Getúlio Vargas, 51). A exposição "De Iguassu Velha a Nova Iguaçu", reúne fotografias e objetos antigos pertencentes ao acervo do IHGNI (Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu), faz um resgate histórico da cidade dos laranjais. Em seguida, ainda no espaço cultural o teatro estava lotado para a apresentação da peça “De iguassú Velha a Nova Iguaçu”, onde em seu final, os atores que integram a Cia. Fios da Roca foram aplaudidos de pé.
Neguinho da Beija-Flor, Orquestra Cuba Libre e o grupo de forró Pimentas do Reino irão contagiarão a cidade encerrando essa grande festa, na Via Light. O radialista Francisco Barbosa, da Rádio Tupi foi o apresentador do evento