quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cineclube Iguaçuano invade Odeon

O Cine Odeon, no Rio de Janeiro, abriu as portas para artistas da Baixada Fluminense ao oferecer seu espaço para o já tradicional Cineclube Buraco do Getúlio, na noite do dia 30 de janeiro. Cinéfilos de todos os cantos participaram do evento, que exibiu documentários, filmes e clipes independentes, além de contar com a participação de escritores – cinema e poesia frequentemente se encontram nos encontros mensais do Buraco.  

A noite fez parte do programa “Sessão Carta Branca”, do Cine Odeon, surgido em 2013. Segundo a assessoria de imprensa do Grupo Estação, a intenção é promover uma maior circulação de cineclubes que tendem a ter uma visibilidade restrita. Cineclubes são convidados mensalmente para exibir material de própria curadoria naquele que talvez seja o cinema mais tradicional do Rio e palco de grandes eventos como o Anima Mundi e o Festival do Rio.

Para Diego Bion, coordenador do Buraco, o evento é uma oportunidade de mostrar o que vem sendo feito no cineclube, que surgiu em 2006. ”Já sentei muitas vezes nessas cadeiras para assistir filmes em maratonas mas hoje vai ser mais especial ainda estar vendo filmes produzidos pelos nossos amigos da Baixada. Viemos mostrar que é possível”, contou animado Bion, que se refere ao grupo de artistas com o qual convive e trabalha de “guerrilha cultural de Nova Iguaçu”.

A programação da sessão contou com os filmes “Praça do Skate – A Primeira Pista da América Latina” de Paulo China, “O Dia Que a Terra Não Acabou” de Getúlio Ribeiro, e “Traços” de Fabiano Mixo (que é iguaçuano, um dos fundadores do cineclube e, atualmente, estudante de cinema na Alemanha). Os clipes “Slow da BF – Baixada” de Cacau Amaral e “Marcelo Peregrino – Vou Dar Um Pulo No Futuro” de Getúlio Ribeiro e Diego Bion, também foram exibidos. Janaína Tavares deu início às intervenções literárias com sua poesia e em um outro momento, o poeta Alan Salgueiro deu continuidade. O coletivo Desmaio Publiko também partipou, lançando a 82º edição do seu fanzine.

Para André Fernandes, nascido em Nova Iguaçu mas atual morador do Rio, iniciativas como a Sessão Carta Branca são muito importantes. “Achei o máximo. Fazia tempo que eu não prestigiava o Buraco, por estar com a vida aqui no Centro. Temos que invadir esses espaços que até outro dia nem passavam pelas nossas cabeças”, disse o estudante de Comunicação Social.

O nome “Buraco do Getúlio” faz menção a uma passagem subterrânea para pedestres que atravessa a ferrovia em Nova Iguaçu, batizada com o nome do antigo prefeito Getúlio de Moura. Este apelido popular do túnel deu nome ao cineclube, que funciona no Ananias Bar.

O próximo encontro do cineclube acontece no dia 8 de fevereiro, às 21h, e terá o lançamento do 83º Fanzine do  Desmaio Públiko, muita música com DJ Felipe Sams, freestyle com Léo da XIII e show de Marcão Baixada, atração principal da noite.

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