domingo, 9 de março de 2014

Medo e Beleza no Parque Municipal de Nova Iguaçu

Apesar das águas cristalinas e da rica fauna que abriga, o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu ainda gera, na população da Baixada, medo e desconfiança. A região é conhecida por muitos como um reduto de criminosos e, por isso, o parque de 1.100 hectares fica quase sempre vazio – os jovens são os que mais costumam se arriscar. De acordo com a subsecretária municipal de Meio Ambiente, Gertrudes Nogueira, está em curso um processo de revitalização da área, que inclui uma licitação para contrato de uma empresa de segurança privada. 

“Estamos viabilizando novas placas de sinalização da área e está em curso a revitalização da Estrada da Cachoeira” afirmou a subsecretária, referindo-se à principal via de acesso ao parque que, até o momento, não é pavimentada. A estudante Flávia Santana diz que não se sente completamente segura no parque. “É preciso andar nessa estrada perigosa e cheia de buracos, e mesmo depois da reforma que a Prefeitura disse que fez, a trilha continua muito ruim, com muitas pedras e até lixo no caminho. Só vim aqui porque estamos em um grupo grande, mas não aconselho que ninguém venha sozinho", aponta Flávia.

Um visitante,  que preferiu não se identificar, diz ter visto homens armados na região de acesso ao parque, no final de 2013. “A região está dominada por bandidos. Desde que instalaram algumas UPPs no Rio, ficou assim”, afirma. Atualmente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Nova Iguaçu coloca guardas ambientais a serviço dos visitantes, o que não garante a segurança destes.

No começo de 2013, o parque ficou fechado, durante cinco meses, para manutenção. Mas, na sua abertura, os visitantes não viram muitas diferenças: foram feitas apenas a limpeza da trilha principal e a pintura da guarita, da sede administrativa e dos banheiros públicos. De acordo com Gertrudes Nogueira, o Parque tenta controlar a questão do lixo com proibição da entrada de alimentos e com a coleta de detritos. No entanto, o problema continuaria pela falta de colaboração dos visitantes. 

Para o jovem Bruno Corona, no entanto, os problemas são pequenos perto das potencialidades do local. “O parque é um paraíso no interior da Baixada Fluminense que deve ser aproveitado. Alguns problemas devem ser solucionados. Falta  divulgação, pois o preconceito das pessoas em frequentá-lo ainda é grande.  Entretanto, apesar das dificuldades, é preciso se apropriar do espaço”, afirma o jovem, que organiza uma trilha para este fim de semana. 

De fato, o parque é uma preciosidade natural. Localizado na Serra de Madureira, ele é moradia de pássaros e até de espécimes do mico-leão-dourado. Pertencente à Área de Proteção Ambiental (APA) Gericinó-Mendanha, o parque serve como um ótimo refresco no verão para aqueles que encaram a trilha de aproximadamente duas horas e que leva às 12 cachoeiras da área. 

Talvez por ser um patrimônio natural tão rico, o parque passa por outro problema: ele fica na divisa entre os municípios de Nova Iguaçu e Mesquita, emancipado há 14 anos. Assim, a prefeitura de Nova Iguaçu é responsável pela sua manutenção, mas a Estrada da Cachoeira pertence a Mesquita. Mesmo assim, é a Prefeitura de Nova Iguaçu que está financiando e operando a pavimentação da estrada. 

Para aqueles que desejarem visitar o parque, a dica é ir em grupo. Um bom ponto de referência é a Estação Ferroviária de Juscelino. O Parque Municipal funciona de terça a domingo, das 8h às 16h. Menores de idade só entram na companhia de um responsável.

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